A VILA - Um lugar sem dor
Postado por Unknown , segunda-feira, 10 de maio de 2010 16:55

Assim, não acreditando que esse texto seja capaz de esgotar todas as possibilidades reflexivas que o filme oferece, focarei apenas um dos muitos aspectos que me chamam atenção na película.
Antes de prosseguir, devo advertir que, em todos os textos que escreverei, partirei do pressuposto de que todos JÁ ASSISTIRAM ao filme. Se este não for o seu caso, recomendo que PARE DE LER AGORA, ASSISTA O FILME e, só então, RETOME A LEITURA.
Passemos então ao filme. No início da história somos apresentados a uma simpática e bucólica vila do século XIX. Apesar do ambiente de paz reinante, a presença de assustadoras criaturas habitando a floresta vizinha à vila assombra os moradores desta. Um acordo, firmado há muitos anos, entre as criaturas e os moradores mais antigos (chamados de Anciões) é a garantia de uma convivência sem ataques... desde que se respeitem algumas regras; dentre elas, os moradores da vila não podem, em hipótese alguma, ultrapassar os limites da floresta.
A trama, por si, seria mais que suficiente para qualquer filme de suspense. Contudo, o trunfo da fita é sua reviravolta final: a vila, as criaturas e, principalmente, as regras são os frutos enganosos de um acordo secreto dos Anciões. Estes, carregando em comum histórias onde a violência ceifou-lhes entes queridos e querendo “um mundo melhor” para seus descendentes, decidiram isolar-se do mundo atual num lugar onde a dor não mais pudesse alcançá-los. Para tanto, criaram a bucólica vila e, para manter suas crianças longe do perigoso mundo, inventaram os monstros e regras que os aprisionavam ao lugar.
Desnecessário é dizer que o sonho dos Anciões, de manter afastada a dor, não subsistiu por muito tempo. Logo nas primeiras cenas do filme, presenciamos a dor de um pai ao enterrar seu jovem filho acometido de uma doença fatal. A doença seria evitada se eles tivessem quebrado as próprias regras para, atravessando a floresta, encontrarem facilmente os medicamentos na cidade grande. Assim, todos experimentaram, também na vila, suas próprias dores.
O curioso é perceber como nós também somos impelidos a criar nossas próprias “vilas”. Estes “lugares imaginários” nos dão a falsa idéia de, por sermos cristãos, estarmos a salvo dos contratempos da vida. Acreditamos que todo tipo de dor permanecerá distante de nossas caminhadas. Esta perigosa distorção da realidade faz com que, de um modo geral, quando chega a dor, muitos revoltem-se e blasfemem contra o próprio Deus.
O convite de Cristo é que, em meio às muitas aflições do mundo em que vivemos, sejamos capazes de experimentar “...a paz de Deus, que excede todo entendimento...” (Fp. 4.7), uma paz que não está condicionada às circunstâncias desta vida... uma paz que nasce da certeza de que ele venceu o mundo (Jo. 16.33), e que nos “...enxugará dos olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem luto, nem dor...” (Ap. 21.4), porque habitaremos para sempre com Ele... e com certeza não será numa vila.
The Village realmente é um filme surpreendente!
Ver o que o ser humano pode fazer na busca da "paz"
pode algumas vezes até assustar!!
Pena que quase ninguém busca fazer o mais simples:
Se render ao Senhor da Verdadeira Paz!