Eu Acredito na Igreja

Postado por Unknown , sexta-feira, 12 de agosto de 2011 08:46

“...edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18)
Ligar a TV ou abrir o jornal em busca de notícias tem se constituído numa tarefa verdadeiramente excruciante, nos últimos dias. Em meio à onda de violência que, dia-a-dia, nos encobre e sufoca, uma pergunta sempre emerge em minhas reflexões: onde está a igreja?

Meu questionamento, claro, não diz respeito à presença física da Igreja em meio à sociedade.  Os 35 milhões de evangélicos brasileiros estão espalhados nos milhares de templos, em cada esquina das grandes e pequenas cidades.
Talvez, por isso mesmo, no turbilhão de imagens tão fortes propagadas pelos meios de comunicação, curiosamente, foram imagens de uma obra de ficção as maiores responsáveis pela intensificação desse meu questionamento. De certo, choquei-me por demais ao ver, numa obra filmográfica que retrata a realidade com verossimilhança, um grupo de policiais corruptos executando um trabalhador na esquina duma Igreja. Uma Igreja que, diga-se, estava de portas fechadas.

Sim, as igrejas estão presentes até mesmo nas mais violentas comunidades. Mas de que vale uma Igreja de portas fechadas? Novamente, as portas fechadas, para mim, não dizem respeito apenas ao ato físico. De quantas formas uma Igreja pode fechar suas portas? Inclino-me a pensar que a mais perigosa delas seja quando, como representantes de Deus na terra, deixamos de dar atenção às necessidades urgentes e emergentes daqueles que nos cercam. “Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer”, nos garantiu Jesus (Mt 25.45).
Pode não parecer, mas eu acredito na Igreja. Não a igreja (com “i” minúsculo mesmo) auto-enclausurada em si mesma e preocupada apenas com as mais ínfimas questões, que dizem mais respeito à manutenção de sua institucionalização do que ao Reino de Deus. Eu acredito na Igreja que, de posse do Evangelho, não se sente acuada ante as investidas do maligno, pois sabe que “maior é aquele que está em (nós) do que aquele que está no mundo” (1Jo 4.4). Eu acredito na Igreja que, munida da certeza de que Cristo “virá como um Rei separar para sempre o mau do bom”, envida todos os seus esforços em denunciar as injustiças que a cercam.

Poderia me estender numa lista (quase) sem fim dos motivos que me levam a acreditar na Igreja. Mas um deles me parece adequado para finalizar este texto. Eu acredito na Igreja que, mesmo sabendo que não pertence ao mundo (Jo 17.16), ama-o, à semelhança do seu Deus, a ponto de entregar o melhor de si em favor dele (Jo 3.16). A Igreja na qual acredito, nunca fecha suas portas. Nenhuma delas.

Os Melhores Cowboys Têm Problemas Com os Pais

Postado por Unknown , sexta-feira, 5 de agosto de 2011 10:49


A frase é uma tradução livre do título de um dos episódios de LOST, seriado de TV que, entre um mistério e outro, se dedicava a analisar os relacionamentos humanos, especialmente os familiares.

Às vezes, fico me perguntando por que agimos com tanta estranheza quando nos deparamos com os problemas familiares estampados em obras de ficção. Seja no cinema ou na literatura, no teatro ou na TV, nós protestamos contra todos os “absurdos” a que somos expostos – “Como é que pode? Isso é um desrespeito à família!”. Mas, pense aí, qual é a família que não enfrenta problemas semelhantes aos vividos pelos personagens que adoramos criticar? E nem adianta tentar comparar entre problemas maiores e menores, porque esse é o tipo de coisa para a qual ainda não se criou uma régua exata – afinal, se por um lado eu consigo lidar bem com determinada situação, a mesmíssima coisa pode ser tremendo embaraço para outros.

Se é assim com famílias fictícias, imagine como fica a coisa quando aquele “absurdo” vem parar dentro de casa? “A maioria das famílias são desajustadas”, constata o escritor Paul Stevens, com certa moderação, em seu livro A Espiritualidade na Prática. Eu penso que TODAS as famílias têm problemas. Fato. Mas creio que pelo menos um deles (também tenho meu lado moderado) é comum a todas: imaginar que as outras famílias não têm defeitos.

Não, eu não estou falando que, de agora em diante, vamos nos conformar com os problemas e aceitar todo tipo de desrespeito porque é assim mesmo e acabou. Não. O que me preocupa é essa mania que temos de achar que nunca teremos um “lar feliz” por conta desses inumeráveis percalços.

Parece que nos impomos um padrão tão inalcançável de “família feliz” que nem percebemos quanto mal ele nos proporciona. A Bíblia está cheia de exemplos de famílias “problemáticas” que encontraram suas maneiras de vivenciar a felicidade em seus relacionamentos. Sobre isso, Paul Stevens diz que “Deus trabalha [nas famílias], mesmo nas mais desestruturadas, como a de Jacó”. Nosso desafio é perceber esse agir divino em nossa caminhada.

Se é verdade que o caminho da felicidade é calçado de pedras, é inevitável que tropecemos lá e cá, ou mesmo sujemos a roupa acolá. Roupa suja, afinal, se lava em casa. Mas vale a pena lembrar que toda casa tem um varal.

E se Deus fosse um de nós?

Postado por Unknown , sexta-feira, 29 de julho de 2011 08:26

Gosto do refrão de uma balada americana dos anos 90 que fazia exatamente a pergunta acima. A cantora ainda prosseguia questionando: “E se ele fosse apenas um estranho, como um de nós, num ônibus tentando voltar pra casa?”. Longe de ser apenas uma bela melodia, esta música me faz lembrar o compromisso que tenho como cristão no mundo.

A palavra “cristão” surgiu, há mais de 2000 anos, numa cidade chamada Antioquia. Originalmente, era um apelido pejorativo para aquelas pessoas que abraçaram a “nova religião” que se alastrava pelo antigo mundo. Aqueles homens e mulheres se comportavam tão parecidamente como seu mestre, que levou os habitantes daquela cidade a tratá-los como “pequenos Cristos”, isto é, cristãos.

O Apóstolo Paulo levou tão a sério esta verdade que declarou, na carta que escreveu aos Gálatas: “...já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus...” (Gálatas 2.20).

Quando pensamos como Paulo  Cristo vive em mim , não nos perguntamos mais “E se Deus fosse um de nós?” porque entendemos que em qualquer lugar em que estivermos, mesmo num ônibus lotado tentando voltar pra casa, podemos nos comportar como “pequenos Cristos” entre os que nos cercam. E Ele, que foi “Deus conosco” em seu nascimento, será “Deus em nós”. Pense nisso.


Com quantos dias se faz uma vida?

Postado por Unknown , sexta-feira, 29 de abril de 2011 17:48

O que fazer quando uma pessoa cria um blog no dia do seu aniversário sob a condição de nunca deixá-lo morrer? O que fazer quando essa pessoa deixa o blog inativo por mais de seis meses?

A pessoa pode, no caso, ressuscitar seu blog toda vez que fizer aniversário. E pode mais ainda... pode pegar um texto antigo de sua autoria que circulou apenas por e-mails e pubicá-lo.

Se as pessoas vão gostar? Não sei... mas essa pessoa fez tudo isso.

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Com quantos dias se faz uma vida?

Hoje seria mais uma terça-feira comum na minha vida, mas o ímpeto festivo do meu coração arranjou um motivo a mais para celebrar a vida. Quem pensou em aniversário, quase acertou... Os mais próximos sabem: sou de abril. Mais especificamente, 29 de abril de 1981. Mas é como se diz, "quem não tem o que fazer procura". Fiz umas contas aqui, outras e ali e descobri: hoje, 9 de setembro de 2008, completo 10 mil dias de vida.

Não deu outra, tinha que virar comemoração! Já tinha planejado tudo: festinha com doces, painel fotográfico, músicas que marcaram época... tudo prontinho aqui na cabeça, aí pensei: "deixa ver que dia da semana cai... 9 de setembro... deixa ver... 2008... hum... terça-feira???". Esqueçamos o "plano A".

Sobrou-me apenas uma opção (talvez tenha sido a melhor): refletir. Nessa tarefa me debrucei hoje. E ao fazê-lo, desencavei de um passado abissal memórias de dias que marcaram meu ser e forjaram meu eu. Lembrei de dias felizes e tristes, trágicos e cômicos; lembrei das pessoas que nunca mais vi, também das que vejo sempre, e me entristeci por lembrar de algumas que nunca mais verei. Lembrei de erros e de acertos. Lembrei de muita coisa. E se quer saber, já tinha até me esquecido de como é bom lembrar.

Nesse exercício de lembranças me perdi a manhã inteira, revivendo cada instante em frações imensuráveis de tempo... um labirinto que parecia não ter fim. Até que voltei os olhos para o imenso vazio dos dias que ainda não foram, dias que me reservam tantas outras experiências. "Será que saberei viver os dias que ainda virão?", me questionei... em minha viagem reflexiva singrei os mares do futuro e, com as armas do que fui, enfrentei o monstro do que serei. Da batalha, guardei uma lição numa frase piegas: O QUE VOCÊ FOI, VITOR, PODE MUDAR O QUE VOCÊ SERÁ... PRO BEM OU PRO MAL. VOCÊ ESCOLHE.

No fim, tudo se resume a escolher. Talvez esse tenha sido o pensamento do poeta bíblico quando, em sua oração, clamou ao Divino: "Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria". Sabedoria suficiente para escolher sempre o melhor caminho. Por enquanto, eu vou contando meus dias, até descobrir com quantos dias se faz uma vida...

Mau (?) hábito de leitura...

Postado por Unknown , segunda-feira, 1 de novembro de 2010 16:32


Desde criança, sempre gostei de ler. O problema é que minha fluência de leitura nunca foi (e “nunca será”, diria o Cap. Nascimento) eficiente ao ponto de dar conta de tudo que eu queria ler. Acabei gerando uma certa ansiedade pelo “próximo livro” que, por sua vez, se transformou num hábito: nunca ler somente um livro.

Funciona mais ou menos assim: eu começo a ler um livro, avanço um pouco na leitura e então aparece um outro livro que gosto. Nesse ponto, eu teria a opção (mais sensata e óbvia) de terminar o que já tinha começado para pegar o segundo, mas não... eu largo a leitura do primeiro e parto para o segundo. Se um terceiro livro aparece, então lá vou eu interromper também o segundo. A essa altura, eu administrava de duas formas: 1. Condicionava-me a terminar o terceiro, para em seguida terminar o segundo, para em seguida terminar o primeiro (não me pergunte o por quê dessa ordem); ou 2. Escolhia um dia/horário para cada livro e seguia com todos paralelamente.

Até outro dia, eu achava isso muito legal. Porque, quando eram três ou quatro livros e eu tinha mais tempo livre, dava pra administrar bem essa bagunça. Mas a coisa, me parece, está crescendo para além das minhas forças. Eu quero ler MUITOS livros. Já perdi as contas dos livros que comecei e não terminei. Preciso, urgentemente, dar um jeito nessa situação. Vou procurar um manual de leitura dinâmica - mas só nas manhãs de segunda.

Compromisso

Postado por Unknown , sexta-feira, 29 de outubro de 2010 15:26

Em meados dos anos 80, a dupla Cíntia e Silvia – compositoras cristãs que já encaravam a música como parte da sua missão de vida – foram desafiadas a implantarem um trabalho pioneiro numa perigosa favela da cidade onde moravam. A música “Compromisso” é fruto do daquele período e foi registrada no álbum “Canções de Liberdade”.

Cíntia e Silvia descrevem, com sublime maestria poética, uma dura realidade que, infelizmente, ainda está tão próxima de nós. Diante da inércia daqueles "que se chamam de cristãos", a dupla termina a música relembrando-nos um conceito bíblico: “Fazer justiça ao explorado e aflito agrada mais a Deus do que um simples ritual vazio”!

Boa reflexão para final de semana.

O povão não é Massa!

Postado por Unknown , quinta-feira, 28 de outubro de 2010 14:12

Faz uma semana e uns quebrados que a imprensa baiana ganhou a companhia de mais um jornal: Massa! - o novo periódico do Grupo A Tarde que almeja alcançar as classes C e D da maravilhosa Soterópolis. Como não podia deixar de ser, o lançamento do jornal foi precedido por uma campanha de marketing que ligava a marca do jornal a hábitos e lugares da cidade – outdoors com frases do tipo: “Massa é tomar sorvete na Ribeira”. Tudo indicava que a equipe realmente havia pensado numa estratégia realmente eficiente. Até que o produto chegou às bancas...

Pode ser excesso de inocência da minha parte, mas me nego a crer que o Grupo A Tarde realmente imagine que Massa! tenha “o jeito” do seu público. Tudo bem que as notícias sejam curtas, mas precisavam ser tão inúteis? Tudo bem que seja para o “povão”, mas precisava ser feio? Gente, o projeto gráfico do jornal é um negócio tão ridículo que nem dá pra acreditar que alguém tá ganhando dinheiro pra fazer aquilo. As capas beiram o absurdo, e seguem sempre a fórmula mulher + futebol + morte + notícia esdrúxula. Desafio você a acompanhar as imagens da capa no site. Até hoje, nenhuma fugiu desse esquema.


Suspeito que a equipe tenha errado feio na proposta do jornal. Correndo o risco de quebrar a cara, minha aposta é que o periódico – se não for reformulado – não leva mais de um ano em circulação. No meu mundo perfeito, o povo se juntava e fazia uma vaquinha pra pagar uma propaganda no letreiro luminoso da Av. Tancredo Neves: “A gente é pobre, mas não é Massa!”