Outra antiga canção de Natal, Away in a Manger chegou a ser creditada por um tempo como uma composição do reformador Martinho Lutero, mas essa hipótese foi descartada com o tempo. A letra ressalta a humilde condição em que o Cristo vem ao mundo. O Deus-conosco, sem quem “nada do que foi feito se fez” e a quem “pertencem todas as coisas no céu e na terra”, foi acolhido num berço de palhas, “sem ter nada seu”.
O texto bíblico registra que os pais de Jesus até tentaram encontrar melhores condições para o nascimento de seu bebê, mas as hospedarias da cidade de Belém estavam lotadas devido ao recenciamento promovido pelo então imperador.
Hoje, os cenários desse humilde nascimento são reproduzidos em meio aos luxuosos presépios nos shoppings do mundo inteiro. Fico a imaginar aquela família novamente a peregrinar em busca de local para o nascimento de Jesus, e me pergunto se qualquer desses presépios seriam hoje lugares ideais para abrigar todo o despojamento daquele que encontrou, apenas na humildade, espaço para vir ao mundo.
A música do reverendo John Henry Hopkins Jr, da Igreja
Episcopal, embora figure há mais de 100 anos entre as canções natalinas, não
está no “primeiro escalão” desse time. Entretanto, é uma das minhas preferidas.
Em verdade, a primeira vez que a conheci foi nesta versão do grupo vocal The Swingle
Singers. E me encantei “de cara”. Composta em 1857, We Trhee Kings foi a canção
vencedora dum concurso de músicas de Natal promovido por um seminário teológico
em Nova York. A letra canta da admiração dos reis magos do oriente pela estrela
guia e refere-se aos presentes ofertados, em sinal de adoração, ao Cristo recém-nascido
em Belém.
Como se sabe, a tradição histórica cristã versa sobre três
reis magos, sábios do oriente que, lendo as profecias, viajaram intentando
presentear o grande Rei que nasceria na antiga Cidade de Davi, em Israel. Ouro,
incenso e mirra foram as especiarias ofertas pelos viajantes. Daí vem, dizem, o
costume da troca de presentes que ainda hoje fazemos no período da festa
natalina.
O curioso é que o relato bíblico da natividade não estipula a
quantidade de reis que visitam o menino. O texto faz referência apenas a três
PRESENTES, mas não necessariamente quer dizer que fossem três reis. Poderiam ser
dois. Poderiam ser mil. O certo é que eram três presente.
Particularmente, gosto dessa ideia. Para mim, soa bem mais
interessante. Porque, normalmente, a gente costuma pensar: “pô, olha que
presentáço cada rei levou!!!! Só coisa cara, mermão!”. Mas, me diga aí: você já
foi a um aniversário em que ficou na dúvida do que levar porque a pessoa “já
tinha de tudo”? Imagine aí se, no caso, o homenageado fosse o Rei dos reis, o
Rei do Universo? No meu imaginário, TODOS os reis do oriente se viram nessa
situação e tiveram que fazer uma “vaquinha” para ver se conseguiam comprar,
pelo menos, umas três “lembrancinhas” para o menino Jesus. Esse sim, já chegou
ao mundo trazendo Graça Divinal - um
presentão para toda a humanidade.